Os esquemas de pirâmide são um tipo comum de fraude financeira que atrai indivíduos com a promessa de retornos extraordinários em pouco tempo. No entanto, esses esquemas são insustentáveis e acabam prejudicando a maioria dos participantes.

Neste artigo, vamos discutir 7 dicas para identificar e evitar cair em armadilhas de esquemas de pirâmide.

1. Promessas de retorno irrealistas

Um dos principais sinais de um esquema de pirâmide é a promessa de retornos financeiros exorbitantes em um curto período. Essas promessas geralmente são vagas, com pouca ou nenhuma explicação sobre como os lucros serão gerados. Lembre-se: se parecer bom demais para ser verdade, desconfie.

2. Ênfase no recrutamento de novos membros

Os esquemas de pirâmide dependem do recrutamento contínuo de novos participantes para manter o funcionamento do esquema. O retorno para quem investe vem principalmente pela adesão de novos membros, e não pela venda de um produto. Nos Estados Unidos há uma normativa chamada “Regra dos 70%”, e diz que se a empresa tem 70% ou mais do seu rendimento vindo da venda de produtos é marketing de rede, se não é pirâmide.

3. Falta de produtos ou serviços tangíveis

Outra característica de um esquema de pirâmide é a ausência de produtos ou serviços tangíveis. Enquanto esquemas legítimos de marketing multinível podem oferecer produtos reais, os esquemas de pirâmide muitas vezes têm um foco mínimo ou inexistente em produtos, e sua receita vem principalmente das taxas de entrada dos novos membros.

4. Pressão para investir rapidamente

Os fraudadores de esquemas de pirâmide muitas vezes tentam pressionar as pessoas a investirem grandes quantias de dinheiro rapidamente, antes que elas tenham tempo de pesquisar e entender completamente o que estão se envolvendo. Eles usam táticas de venda agressivas para evitar perguntas e dúvidas dos potenciais investidores.

5. Estrutura de compensação complexa

Os esquemas de pirâmide geralmente têm uma estrutura de compensação complexa e confusa, tornando difícil para os participantes entenderem como o dinheiro é realmente gerado. Essa falta de transparência é intencional e ajuda a esconder o fato de que a maior parte dos rendimentos vem do recrutamento de novos membros e não de uma atividade comercial legítima.

6. Ausência de registros e documentação

Empresas legítimas fornecem informações detalhadas sobre suas operações, produtos e histórico, como CNPJ, endereço da sede. No entanto, os esquemas de pirâmide costumam ser evasivos quando se trata de fornecer registros financeiros, documentação legal ou detalhes sobre a empresa. A falta de transparência é um sinal claro de alerta.

7. Pesquise e consulte fontes confiáveis

Antes de investir em qualquer oportunidade, pesquise profundamente a empresa ou esquema em questão. Consulte fontes confiáveis, como órgãos reguladores governamentais, avaliações de especialistas em negócios e finanças, e em páginas na internet de reclamação, como o Reclame Aqui. Seja cético e esteja disposto a fazer perguntas difíceis antes de tomar qualquer decisão financeira importante.

Exemplos de pirâmides financeiras

Para ajudar a identificar esquemas de pirâmides financeiras, trouxemos 5 exemplos de empresas brasileiras.

Fazendas Reunidas Boi Gordo

Esquema que atraía investidores por meio de anúncios em rádio, jornais, televisão, e prometiam retorno de até 42% em 18 meses. Em 2004 declararam falência e desapareceram com R$4 bilhões em patrimônio.

Avestruz Master

Esquema que envolvia compra e venda de aves. Investiu milhões de reais em publicidade para a atração de novos investidores. Ela exigia pagamento antecipado e prometia retorno acima de 10% ao mês. Entre 2003 e 2005, diziam comercializar mais de 600 mil animais, quando na realidade, só possuía 38 mil. O grupo tinha 50 mil investidores, 30000 somente no estado de Goiás. Causaram um prejuízo superior a R$ 1 bilhão aos investidores, quando a empresa declarou falência, em 2005.

Telexfree

O esquema que atuou no Brasil entre 2013 e 2014, comandado pela Ympactus Comescial S/A, e prometia lucros altos por Marketing Multinível e serviços de VoIP, que são dados enviados pela Internet por meio de sinal digital, à medida que divulgadores (pessoas que compravam e vendiam pacotes de contas) indicassem outras pessoas para participar da pirâmide e conseguissem vender. A empresa foi desmembrada em 2014 pela “Operação Orion”.

Atlas Quantum

A empresa foi fundada em 2018 e atuava no segmento de criptomoedas, dizia ter um robô chamado “Quantum” capaz de comprar e vender Bitcoin sempre com lucro, prometendo altos rendimentos aos investidores. Em 2019, a Comissão de Valores Mobiliários pediu que a empresa parasse de ofertar o robô, por ser um contrato de investimento coletivo, ou uma multa de R$ 100 mil seria aplicada por dia. Em pouco tempo a Atlas Quantum parou de pagar os resgates dos investidores e logo após declarou falência. Só em São Paulo, há mais de 730 ações civis contra a Atlas Quantum, ainda em andamento.

Unick Forex

Empresa brasileira que prometia lucros exorbitantes através de investimentos no mercado de criptomoedas. Operava através de comércio de contratos de investimentos coletivos (CIC), com promessa de retorno de 100% sobre o valor investido, em seis meses. Em 2019 sofreu uma ação policial em que líderes da empresa foram presos e posteriormente a empresa fechou, com perdas milionárias.

No Brasil, esquemas de pirâmides financeiras são crime, de acordo com a lei Nº 1521 (inciso IX do 2º artigo). Ao se deparar com um, a identificação pode ser difícil, mas ao estar ciente dos sinais de alerta e tomar precauções, você pode proteger-se de cair em armadilhas financeiras.

 Lembre-se sempre de que investimentos sólidos são baseados em práticas transparentes e produtos ou serviços reais. Se algo parecer suspeito ou bom demais para ser verdade, é melhor evitar e proteger suas economias. E lembre-se, você pode e deve denunciar ao se deparar com um esquema como esses. Registre uma denúncia ao Ministério Público ou à Polícia Federal e à Polícia Civil.

Esperamos ter ajudado com essas dicas!

Grande abraço,

Time Trapi